Eu iria fazer um discurso de inauguração da minha liga de toxocoliga, e lá iria revelar algumas coisas da minha vida pessoal, ao passar pelos membros da liga e pelo coordenador do curso, todos me aconselharam a não expor a minha pessoa daquela maneira, de certa maneira eu entendo a preocupação deles comigo, então o discurso falarei aqui, para não engolir a seco.
Boa Noite pessoal, sou o estudante que está por trás da idéia de montar a liga de toxicologia, fiquei sabendo ontem que iria discursar aqui, e isso me causou uma certa ansiedade, então me perguntei, como vou falar para tantas pessoas a qual a maioria eu não tive um contato pessoal e convencê-las que meu objetivo é sincero e extremamente devotado.
Lembrei então de uma dica que li em uma história em quadrinhos, chamada Watchmen, que quando você revela uma coisa sombria e muito pessoal, você simplesmente não teme mais nada, nem a ninguém, pois a sinceridade, mesmo que triste ou dolorida é a verdade absoluta e incontestável.
Quando eu tinha 15 anos mais ou menos eu namorava uma menina, seu nome era Cíntia, uma menina ruiva e sorridente qual eu em pouco tempo me envolvi e me entreguei de corpo e alma, ficamos juntos mais ou menos 4 meses, ela se mudou para São Paulo, mas isso não impediu que nós nos comunicássemos ou eventualmente nos víssemos, e assim levamos mais um tempo, até que um dia o irmão dela me ligou de São Paulo, dizendo que ela não queria mais falar comigo, no momento eu encarei aquilo como um fora medíocre que havia levado e segui com minha vida, alguns meses depois o irmão dela me ligou novamente, muito triste e me revelou a historia por completo, Cíntia havia ficado doente em São Paulo, quando o quadro de leucemia dela se agravou ela quis se distanciar de mim, que na cabeça dela, estava me preservando, e assim ficou até vim a falecer, nunca falei com ela e nunca soube o porque da atitude dela, esse vazio ficou em mim durante anos, só aqueles que já viram a vida de alguém que gosta passar diante dos olhos e não saber que era a ultima conversa entende o que estou dizendo.
(acho que foi aí que surgiu meu gosto por quadrinhos, as vezes a dor da perda é tão forte que precisava buscar forças no imaginário para suportar aquela realidade.)
Então resumindo grosseiramente essa é uma das historias mais sombrias da minha vida, que provavelmente mudou grande parte da visão que eu tinha do mundo.
Depois que você passa por isso tudo, você encontra meios de anestesiar as coisas ruins, e particularmente o que me ajuda é, fazer o bem, eu sou formado em comunicação social, pela facilidade que tenho de escrever, me considero um artesão de palavras, pois tudo aquilo que eu escrevo é sempre diferente, do padronizado texto jornalístico onde os fatos são sempre escritos da mesma maneira. porém não me sentindo realizado pesquisei outro curso, e encontrei na biomedicina, a minha paz de espírito, a metade que havia sido tirada de mim.
Desde o início do curso observo atentamente as áreas e tento ser o mais participativo o possível, isso acabou se tornando um vício, quando estava pesquisando sobre as ligas, senti falta de uma liga que amparava e alertava a comunidade sobre o perigo das drogas, pois tive a experiência empírica da desilusão da vida, e a tentação que as drogas causam, mas graças a uma genética careta e uma criação bem tranqüila, não cai na arapuca chamada droga, então acredito que posso através de uma boa equipe, o que eu acredito que já está praticamente montada, uma boa orientação, que melhor do que essa, com profissionais que dominam o assunto, acho impossível não realizarmos um bom trabalho, a princípio iremos trabalhar em cima das drogas de abuso e da toxicologia nos alimentos, pois é a principal necessidade de nosso país, lembrando que segundo o ministério da saúde já existem 19 milhões de dependentes químicos no Brasil.
Então através disso vamos unir o nosso conhecimento, juntar com muita dedicação e força de vontade e investir tudo isso, em um grande trabalho de prevenção e conscientização.
Pois como diria Mahatma Gandhi: Seja a mudança que quer ver no mundo.
E aonde tiver gente com esse pensamento de vida, será bem vindo ao nosso projeto.
Nossa que texto.. boom eu tb axo q tu num devia se expor mas ao mesmo tempo a gente tem q falar oq pensa, o deve, tudo tem um lado bom, colocar para fora pode ser uma grande saida... pois tu fez isso aki né? Sabe eu tb axo q com o tempo a gente fica meio anestesiado, eu tb estou assim pra algumas coisas, dizem q de tanto levar pauladas da vida a gente aprende a sempre desviar antes... é assim... espero que vc esteja bem... se precisar de algo to por ai! Adorei a visita espero q venha sempre... pq eu vou vir aki sempre pois eu adorei o jeito q tu escreve e seus desabafos batem mto cmg! bjo
ResponderExcluirOi Lamina prateada. Muito legal esse teu projeto de toxicologia, como ele funciona? Realmente, temos que ser a mudança desse mundo, a luz desse local.
ResponderExcluirSobre o teu comentário no meu post:
Não sei se eu não consegui me expressar corretamente: "A nossa luta nesse mundo não é contra carne e sangue", não é uma luta física. E as armas da nossa milícia do mesmo modo não são carnais:
"Porque, embora andando na carne, não militamos segundo a carne. Porque as armas da nossa milícia não são carnais e sim poderosas em Deus, para destruir fortalezas; anulando nós, sofismas e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo…" (2 Cor 10:35)
Outra coisa, sim, temos essa dualidade em nós, mas cabe a nós ser guiado por um ou por outro. Livre arbítrio!
E depois não devemos julgar, mas discernir, e o discernimento só no Senhor, não vem de nós.
Beijo
Oi Baby...
ResponderExcluirLi seu post... Quero partilhar algo com vc...
Eu entendo muito bem a Cintia...
Sei que é difícil passar por isso quando se está do outro lado... Mais guarde a atitude dela como uma prova de amor...
Eu estive dos dois lados... Ainda permaneço em um...
Há 2 anos e meio o médico diagnosticou que tenho Câncer e acho que já mencionei isso. Linfoma de Hodgkin atingiu meu pulmão direito e meu coração, e agora afeta minha Veia Cava Superior...
Uns 3 meses depois do meu diagnóstico, uma amiga muito especial pra mim, recebeu a mesma noticia de um câncer... E ela partiu...
Eu estive do mesmo lado que vc... Um dia ela me encontrou no mercado e me abraçou tão forte e de uma maneira diferente, eu sabia que algo estava errado... Foi a ultima vez que falei com ela, choro ao me lembrar disso, não pude me despedir...
Quando ela ficou mau e foi para o Hospital... Ela impediu que me avisassem... Ao saber disso eu me magoei muito, mais ao conversarem comigo, pude entender que ela só quis me poupar, porque me amava...
Superei a mágoa... Mais a dor nunca se vai... Toda vez que entro no local que ela trabalhava é uma tortura, pois ela queria muito vencer...
E agora a visão do outro lado, o meu lado, o lado da Cintia e da minha amiga Adriana...
Eu também afasto e impeço as pessoas de se apegarem a mim... Não quero que ninguém sofra com a minha morte...
Tudo que podia ser feito no meu caso foi feito... Sou consciente sobre ele, e estando ligada a saúde, estudei a fundo isso...
Nunca tive medo da morte, e me sinto em paz em relação a isso...
Mais as pessoas se portam de outra maneira. Sofrem, porque perder quem a gente ama dói... E dói demais...
...
Agora quanto ao meu post e seu comentário nele...
Eu queria muito viver a oportunidade que eu bloqueei...
...
Bjs... Vou te passar meu e-mail, se quiser escreva-me lá...
kelcuriel@zipmail.com.br
Nenem seu silêncio me parece mais sincero, do que mil palavras de algumas pessoas...
ResponderExcluirMoro em cidade pequena, todo mundo sabe da vida de todo mundo...
Qdo me encontram na rua, é um oi tudo bem? foi ao médico? o que ele disse?
Curiosos de plantão...
Sinto sinceridade em vc... E gosto de vc por aqui...
Bjs Baby...
entendo bem a questão sobre normalidade
ResponderExcluiradoraria a troca de email
maryna.marxs@gmail.com
beijos
Concordo que a partir do momento que vc se abre, conta seus medos, eles deixam de existir. Foi isso que fiz com meu blog, parei de me esconder, me expus e isso so me fez bem. Porque meu maior medo que era as pessoas descobrirem como fui abusada e por quem e me condenarem, não existe mais.
ResponderExcluirAgora minha experiência ajuda outras pessoas. E isso me liberta.
Abçs.